"NENHUM PASSO PARA TRÁS!"

Os protestos vêm tomando conta do Brasil. Confira minha opinião.

A FALTA DA VOZ

A torcida do São Paulo, em meio ao ruim desempenho da equipe, pede a volta de Muriciy.

A SELEÇÃO QUE PRECISAMOS

Saiba a minha opinião a respeito dos 11 titulares da Seleção Brasileira.

ESTRELA DE CAMPEÃO

A defesa de Victor foi a maior prova de que o Atlético está no caminho certo para o título.

A POESIA DE NEYMAR

Neymar se despediu ontem do Santos para assinar contrato com o Barcelona.

20 de dez. de 2012

Ser corinthiano

TEXTO ESCRITO ANTES DA IDA DO CORINTHIANS AO MUNDIAL:

Soa clichê... mas vou repetir: o que a torcida do Corinthians fez outro dia foi especial.Único.Emocionante.

Fez não; faz. Constantemente.

E não é redundância, eu garanto. Presenciei e presencio ao vivo essa torcida. Sim, é diferente.

Não é aquele torcedor de decisão, de um jogador só - vulgo são-paulinos e santistas-. É torcedor de um clube e tudo que se engloba ao seu redor.

É um laço que se estabelece a partir do ponto que você nasce.Um casamento.E esse matrimônio com o Corinthians, para o corinthiano, é muito mais que compromisso.

O que os difere dos torcedores considerados normais é a paixão.Nós somos, sem sombra de dúvida, os mais apaixonados. E não digo isso sem as vias de fato: eu sou um torcedor assíduo, percebo isso e portanto sou um deles.

A prova mais clara disso ocorreu nos últimos dias, na despedida da comissão dos jogadores rumo ao Japão.A Fiel levou 15 mil pessoas ao Aeroporto de Guarulhos.

Era uma segunda-feira a noite mas a torcida se fez presente.Afinal, Corinthians é prioridade.

E aqueles que colocam a República acima de tudo em sua vida , recebem, sempre, dois estereótipos que carregam junto a eles:  maloqueiro e sofredor.

Corinthiano que é corinthiano sorri e vê passar por sua mente recordações quando o chamam de sofredor - ainda que já não soframos mais depois de tantos títulos recentes.

Maloqueiro? Sim, os corinthianos que chegam ao Japão tem banzo da saudosa maloca, a maloca querida de Adorinan.

E os bordões? Se alguma pessoa está passando pela rua com o manto, será ouvido um "VAI, Corinthians". E são capazes ainda de pararem tudo e ali mesmo seguirem em direção a um bar, para tomarem uma cervejinha juntos.

E lá, nesse boteco, a bebida enfim chega, mas o garçom revela que vai te servir em um copo de requeijão, já que os outros já estão todos sendo utilizados.O corinthiano retruca: "por favor, aqui é Corinthians!".

Finalizo dizendo que corinthiano não se cria.Se nasce, se vive.E não tem volta.

Se tem Corinthians, tem gente junto.E não é gente comum. É a massa, o povo. São os loucos.O bando de loucos. VAI, CORINTHIANS!

Obs: Mesmo estando ciente que dificilmente esse texto chegará a alguns dos jogadores, tenho um recado direto a vocês: não cobramos vitória. Cobramos empenho. Mas cá entre nós, imaginem a festa que vocês receberão se trouxerem o título...

29 de out. de 2012

Merecedor!

O crescimento do MMA no Brasil é evidente. Desde o primeiro UFC realizado em nossas terras, em agosto de 2011, o esporte vem se popularizando estrondosamente.A mistura de artes marciais se torna, a cada dia, assunto de bar, escola, trabalho, assim como sempre foi o futebol.

Curioso, me inseri no momento e comecei a acompanhar o esporte. Minha primeira luta que vi pela TV foi de Anderson Silva, no UFC Rio (UFC 134) - o brasileiro nocauteou Yushin Okami no primeiro round.

Esse ano o Rio de Janeiro foi sede de uma nova edição, que tive o privilégio de presenciar ao vivo e em cores. O "Spider", junto ao Minotauro e outros não menos importantes, lutaram, e com vitórias. Bastou para me apaixonar.



As justificativas que me dão ao renegar essa mistura de artes marcias, no entanto, são diversas: "são só caras dando soco um no outro"; "isso não é esporte"; "não tem nenhuma regra, o cara pode ser morto lá dentro".

Enganam-se. O esporte é MUITO mais que isso. Dias, meses antes de uma luta, há uma preparação intensa e extremamente pesada para algo que pode acabar em uma fração de segundo, com um soco ou um chute nocauteador, por exemplo.

E tive a honra de presenciar isso de perto. Há cerca de 4 meses entrei em uma academia de lutas na região de Perdizes, com o intuito de conhecer mais as artes marciais, com a prática do Jiu-Jitsu. Foi algo de se impressionar o quanto me dei bem com a turma de lá; desde o mestre geral e sua esposa, o meu professor e claro, faixa preta, os alunos, faixas brancas, marrons, roxas... mas havia um que estava na faixa azul prestes a ser graduado com quem me identifiquei muito.

Ele era, além de graduado no Jiu-Jitsu, professor de Muay-Thai. Em um de nossos primeiros encontros, percebi a primeira coisa em comum: torcia para o Corinthians. E esse dia foi justamente o de minha viagem para Buenos Aires; discutimos, elaboramos táticas para a partida, contei como havia conseguido o tão sonhado bilhete, etc.

Seu nome é Bruno Murata. Já lutava Muay-Thai profissionalmente, era um kickboxer de primeira linha, mas estrearia no MMA dali alguns meses, partindo do ponto de vista de nosso primeiro encontro.

Ele estava, mais do que ninguém, determinado a vencer esse embate. E vitórias não vem ao acaso, ou por sorte: são necessárias muitas gotas de suor derramadas nos rostos dos atletas antes da hora da entrada no octógono. A ralação é pesada.

Murata, no ápice de sua preparação, treinava em três períodos. No último deles, à noite, praticava jiu-jitsu comigo. Foi ali que nossa parceria se intensificou. Nos conhecemos melhor e, hoje em dia, me dou ao luxo de dizer que criamos um laço de amizade.

E é evidente que não poderia deixar de estar presente em sua luta. Me programei mais cedo do que o costume. Avisei meu pai, lembrei-o diversas vezes:"dia 20 de outubro, pai, tem a luta do Murata! Não esquece!". A ansiedade era, confesso, maior do que a de estar presente para ver ao vivo as renomadas lendas do MMA.

E essa euforia foi plenamente justificada - a viagem também, tendo em vista que seu combate fora em Campinas, a alguns quilômetros de São Paulo.

Sua entrada fez homenagem a um primo falecido no ano anterior, que, me contou Murata, morava com ele durante uma época de sua vida. A música que se fez ouvir pela platéia foi "Essa é pra você primo", do Emicida.

Ato nobre de uma pessoa que, ao meu ponto de vista, valoriza muito sua família. Além da canção na entrada, tem duas tatuagens em nome de seus pais, e o seu primeiro abraço pós-vitória foi dado justamente em seu irmão e sua prima.

Ele é realmente uma pessoa muito querida por todos; muitos da academia viajaram para o ver assistir, e o grito da torcida juntava-se em um só, a seu favor. Seu adversário deve ter ficado intimidado só com a quantidade de gente que compareceu.

Iniciemos, portanto, a luta. Murata, muito tranquilo, dominou o centro do octógono durante o primeiro round inteiro. Seu oponente era capoeirista e foi lá se aventurar com alguns chutes. Nada que o abalasse.

Murata dava a impressão de o que ele estava fazendo era algo fácil, tranquilo, que qualquer um podia executar com perfeição. Mas estava muito longe disso...

No segundo round, fez jus a sua faixa de cor roxa que lhe foi entregue dias antes da luta e, após uma joelhada certeira na boca do estômago, finalizou seu adversário com um bonito katagame.

A comemoração foi explosiva e contagiante.


Admito, fiquei com os olhos marejados. Me senti parte daquilo que estava acontecendo no momento...

E faço outra confissão: trocaria 15 lutas do UFC por momentos como esse.

Valeu a pena... como valeu.

Murata: eu, o pessoal da academia, SEU PRIMO... todos estamos muito orgulhosos de você... você foi merecedor disso que está lhe acontecendo. Pode desfrutar  porque você é guerreiro! E dia 16 de dezembro tem mais! Junto com o título do Coringão! Esse texto, embora simples, foi escrito em homenagem exclusivamente a você, porque, repito: VOCÊ MERECE!


ATUALIZAÇÃO DO POST: Acabo de descobrir que, com o dinheiro de sua luta, Murata mandou seus pais para uma viagem ao Nordeste, algo que vinha planejando faz tempo. Me disse ainda que é a segunda viagem de avião de sua mãe... nem sei mais o que dizer. Com algumas palavras, algumas atitudes e alguns socos, ele me faz ficar de olhos inchados de água. Sem palavras!




1 de out. de 2012

Fuja do sedentarismo

As Olimpíadas não serviram apenas para se sentar e apreciar em sua televisão. Quem diz que não ficou com vontade de praticar esportes após os Jogos está mentindo. Fica aqui a dica de como fugir do sedentarismo na prática dos esportes olímpicos, desde pequenos atos em sua vida cotidiana passando pelo treinamento sério para esportes que requerem um maior esforço.

Artes Marciais



Responsável por três medalhas do Brasil em Londres, o judô é uma excelente forma de se concentrar e praticar a sua coordenação motora de uma forma pouco habitual. Embora seja um esporte que não é coletivo, essa arte marcial passa longe de ter a sensação de individualismo.Cooperação e ajuda entre os colegas são marco das artes marciais, que escondem por trás toda uma filosofia que há de ser aprendida.

Natação

ESP-211 - Natação

Encontrar um esporte que ajude a emagrecer, ganhar massa muscular, melhorar o condicionamento físico, controlar os problemas respiratórios e que dificilmente trará lesões pode ser considerada uma tarefa árdua. Mas está longe de ser, tendo em vista que a natação tem como característica a melhoria de todos esses itens acima.A concentração  também está presente, já que ali embaixo da água você dificilmente pensará em algum problema do seu cotidiano.O esporte garantiu duas medalhas ao Brasil nessa edição dos Jogos.

Boxe



Não há melhor meio de "jogar a sua raiva" fora como o boxe. Lá você aprenderá técnicas, aprimorará seu condicionamento físico e aliviará a sua tensão. E sem esquecer claro, que aquilo lá não é briga, e sim uma luta ; você aprenderá a distinguir as diferenças quando começar as aulas. O boxe trouxe para o nosso país 3 medalhas.

Atletismo



Talvez no começo da prática você sentirá algumas dores e extremo cansaço, mas no final, além de se acostumar, você vai ver que valeu a pena. O atletismo melhora o foco e a disciplina da pessoa em busca de um melhor tempo na corrida, por exemplo. Os ganhos com a prática são diversos, como o emagrecimento, melhora no condicionamento físico e dos batimentos cardíacos.Em Londres 2012, o esporte ficou devendo e não trouxe nenhuma medalha ao Brasil.

Esportes coletivos



Embora com mais chances de lesões, os esportes coletivos trabalham o espírito de coletividade e companheirismo entre as equipes, fora os diversos ganhos físicos que a prática traz.Nas Olimpíadas de 2012, o vôlei e o futebol trouxeram juntos 5 medalhas para o Brasil.

29 de set. de 2012

Garoto perfeito




Menino simpático, repleto de valores familiares, simples no seu jeito de ser e educadíssimo. Menino perfeito, certo? Errado. Alan Fonteles, quando ainda era criança, se viu obrigado a amputar as suas duas pernas devido a uma infecção e passou a conviver o resto da sua vida com próteses mecânicas - não que para ser perfeito seja necessário ter as duas pernas.

Presume-se, logo, que sua vida está arruinada, certo? Errado novamente. O garoto de boníssima índole enfiou em sua cabeça que iria trazer medalhas para o Brasil no atletismo, não importasse como. Batalhou duro para isso, mas acabou com o resultado que queria.

Em 2008, ganhou a medalha de prata no revezamento e nesse ano bateu a lenda Oscar Pistorius nos 200m T44(classe para atletas amputados) , em uma histórica arrancada. Na prova, assim como em sua vida, saiu lá de trás, do buraco, para a primeira posição. Não só venceu a prova: superando todas as dificuldades, venceu na vida.

E como se não bastasse, o sucesso não lhe subiu à cabeça. Muito simpático, como sempre, me respondeu a 7 perguntas muito interessantes, por telefone:



  • Você ganhou nos 200 metros do Oscar Pistorius, considerado o Usain Bolt paralímpico. É um feito e tanto... Como é viver com essa nova condição de ídolo? 

É uma sensação de realização, dever cumprido. Eu treinei muito para isso, me deixa realmente muito feliz. Passa pela minha cabeça a condição que eu tinha desde criança, a dificuldade,mas vejo que hoje tudo valeu a pena. Estar representando bem o meu país é uma sensação muito boa.

  • Os 200m são mesmo a sua especialidade? No mundial do ano que vem, na França, pretende fazer as mesmas três provas de Londres ou focar só nos 200m? 


A minha especialidade é os 200m, mas vou sempre arriscar as 3 provas. Quero me especializar também nos 400m. 


  • Na infância e adolescência você teve dificuldades em conseguir boas próteses? 
Tive sim... o meu primeiro patrocínio e a ajuda vieram apenas em 2008... foi muito complicado, mas graças a Deus agora está dando tudo certo e estou tendo o apoio necessário.


  • Como explicar o fato de o Brasil ir melhor na Paralimpíada do que na Olimpíada? 
Eu não sei exatamente o porquê, mas o Brasil paralímpico tem uma delegação de atletas muito bons e o investimento também está crescendo cada vez mais. Tenho certeza que os atletas olímpicos, assim como nós, vão para fazer o seu melhor.

  • Atletas paralímpicos não gostam de ser vistos com olhar de compaixão. Querem ser tratados pelas vitórias e não pelas deficiências. É assim mesmo? 
Sim, é isso mesmo, o esporte paralimpico é um esporte de honra. A gente treina e se dedica muito, não queremos ser vistos como coitados .Somos atletas profissionais em busca do nosso melhor.


  • O esporte paralímpico brasileiro recebe as verbas e cuidados que merece? 
Mesmo com as dificuldades normais dos atletas, o esporte paralímpico está crescendo muito e tenho certeza que só tende a melhorar a partir de 2016, quando receberemos os jogos.


  • Seus objetivos para 2016, quais são? Pretende seguir os passos de Pistorius e participar também das Olimpíadas? 
Em 2016 o meu foco será apenas as paralímpiadas. Depois penso nessa possibilidade, mas o que eu pretendo é participar do Troféu Brasil no ano que vem.

26 de set. de 2012

Viva como se fosse único










prova mais nobre do atletismo, a corrida de 100m rasos, durou em Londres exatos 9,62 segundos, vencida por Usain Bolt. O lema de Londres (“Viva como se fosse único”) justifica: foram talvez os mais intensos dias vividos pela capital britânica nos últimos anos. Já dizia o ditado: coisas boas passam rápido.E como passam... Desde a cerimônia de abertura, passando pelo histórico 5 de julho, quando o Team GB (de Grã Bretanha) conquistou 6 medalhas de ouro, atravessando as conquistas do jamaicano e do recorde de medalhas ultrapassado por Michael Phelps, se deram apenas 15 dias, fantásticos 15 dias.


De tudo aconteceu nessa quinzena: emoções, sentimentos saltando à flor da pele, derrotas, tristezas; porém não faltaram vitórias.Novecentas e vinte e oito medalhas foram entregues, sendo elas 301 de ouro, 301 de prata e 326 de bronze. Das 301 douradas, apenas 3 foram destinadas a atletas ou equipes brasileiras.


Quem teve a honra de subir ao lugar mais alto do pódio foram Sarah Menezes, na categoria ligeiro do judô; Arthur Zanetti na ginástica artística(argolas); e a seleção de vôlei feminina. Foi um desempenho aquém do esperado, mas justificável em alguns aspectos. O Brasil nunca foi uma potência olímpica e ainda está longe de ser. Embora a delegação brasileira tenha ido a Londres com nomes com técnica de sobra, ainda falta um trabalho psicológico para que mais medalhas venham. Casos como o de Diego Hipólito, ginasta sempre franco favorito ao ouro, e Fabiana Murer, campeã mundial e pan-americana, mas que assim como seu compatriota, está zerada quanto a medalhas olímpicas, são frequentes quando se trata de Brasil em Jogos Olímpicos.

A “bronca” que fica, porém, não é voltar sem medalha, afinal o erro para qualquer atleta é legítimo. O que talvez seja imperdoável é nem ao menos tentar.

O lema, logo, volta à tona nesse caso; é preciso aproveitar as chances que as são concedidas nas Olimpíadas.No entanto, a maior saltadora de vara do Brasil saiu do protocolo e fez exatamante ao contrário.

                                         

Em Londres, Murer se deu ao luxo de não saltar em sua última tentativa, alegando uma ventania demasiadamente forte, o que, segundo ela, poderia vir a causar lesões e comprometer o seu rendimento durante o ano. O resultado? Eliminação precoce, sem chegar sequer as 12 finalistas, desperdiçando talento e como consequência vendo sua dignidade ser jogada fora. Dignidade, aliás, que foi construída através de um trabalho duro e treinamentos sem a estrutura adequada para a prática.


Se o Brasil vai minimamente bem nas Olimpíadas, é resultado muito mais do esforço próprio de cada atleta e seus treinadores do que pela estrutura esportiva do país. Enquanto muitos atletas de diversas modalidades têm que bancar os seus próprios utensílios e viagens, Neymar e companhia recebem 3 milhões de reais por mês. O resultado, porém, não foi muito distinto dos demais: mesmo com tudo que se é preciso, a seleção brasileira de futebol fracassou e acabou com o segundo lugar.Prata, para o futebol que há tanto tempo almeja o ouro, foi muito pouco.


Presume-se que dinheiro resolve a vida de qualquer atleta.Verdade que a parte financeira para o resto da vida está garantida, mas quanto ao resultado não é essencial para a vitória; quando o atleta realmente se doa e se dedica – fora algumas inconveniências de competição -, o resultado será o melhor possível. E não há prova mais digna do que os atletas paralímpicos. Alguns cegos, outros sem braço, sem perna e alguns até com o movimento do corpo inteiro comprometido. Mas mesmo com todas as adversidades possíveis, estão lá disputando uma competição de altíssimo nível e mais importante do que tudo, honram a pátria.
  
  
Olimpíadas x Paralimpíadas 

Se nos Jogos Olímpicos o primeiro dia foi sensacional, nas Paralimpíadas não deixou de ser diferente.As mesmas 3 medalhas foram conquistadas( uma de ouro, uma de prata e uma de bronze). Porém o que fez os atletas paralímpicos se diferenciarem dos considerados “normais” foi o final no quadro de medalhas: foram garantidas ao todo 43 premiações, contra singelas 17 no Brasil olímpico. Só Daniel Dias e André Brasil, ambos nadadores, trouxeram ao Brasil 12 condecorações .Além dos dois, a maior surpresa se deu pela vitória de Alan Fonteles em cima de Oscar Pistorius, o primeiro biamputado a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos simultaneamente.Vindo de família humilde e sem as duas pernas desde criança, Fonteles se viu obrigado a correr a maior parte da infância com próteses de madeira, sem o apoio necessário.Mas garante que isso está mudando. “Em 2008 recebi o meu primeiro patrocínio.Desde então as coisas só vem melhorando, a estrutura está se adequando e tenho certeza que a partir de 2016 vai ficar melhor ainda”, afirmou Alan, com exclusividade, para o REDONDA.

A comparação entre o Brasil nas duas edições, porém, não permite uma conclusão de fato.Mas existe uma verdade e há de ser dita: os atletas paralímpicos nos dão a impressão de honrar mais a nação. Desde as suas dificuldades até a chegada do momento de definição, da competição, exibem mostra de seu valores, independente se há ou não alguma deficiência que possa lhes comprometerem. Alan garante que não: “O que eu posso afirmar é que, assim como nós, os atletas olímpicos buscam o seu melhor.Não sei dizer exatamente também o por quê do Brasil paralímpico trazer mais resultados, mas não tenho dúvida de que estão lá para trazer medalhas.”

A ideia é contraditória: embora o Brasil vá muito bem em Paralimpíadas, certamente não estará em um bom ranking se o assunto a ser tratado é o apoio aos deficientes no cotidiano de nossas vidas.O velocista brasileiro diz que a estrutura está melhor que antigamente e só tende a melhorar.O que não justifica também o desempenho dos Estados Unidos, em um ranking com certeza muito maior no apoio, relativo aos cuidados com deficientes físicos, porém apenas uma colocação acima do Brasil no quadro final de medalhas. O que talvez possa explicar é a ajuda ao esporte paralímpico e não aos deficientes em si.


E quando perguntado se devíamos sentir pena de atletas paralímpicos, Alan não hesitou: “O esporte paralímpico é um esporte de honra.Somos atletas profissionais, treinamos e nos dedicamos muito em busca de nossos objetivos, e não queremos ser tratados como coitados.”
Mas sejamos honestos: há de se sentir pena a quem traz 43 medalhas ao nosso país tão pobre em desenvolvimento? 


Olimpíadas               Paralimpíadas

  23° lugar                     7° lugar
17 medalhas              43 medalhas

3 de ouro                   21 de ouro
5 de prata                  14 de prata
9 de bronze                8 de bronze

25 de set. de 2012

Série especial

Começa hoje uma nova série especial do Redonda, "Viva como se fosse único".Como já dito anteriormente, diversos textos aqui serão publicados, todos com o tema Londres 2012 em foco.

A reportagem é quase uma só, porém aqui no blog será dividida em partes, ainda não definida em quantas.Além dos habituais textos, a série contará com entrevistas EXCLUSIVAS concedidas por Alan Fonteles, medalhista paralímpico dos 200m T44, Murilo e Jaqueline, medalhistas do vôlei e possivelmente com Felipe Kitadai e Rafael Silva ( ambos judocas, ambas entrevistas sendo providenciadas).

A reportagem foi fruto de um trabalho duro, desde o acesso aos atletas até a formação do texto e as informações que nele constam.

Agradeço desde já minha tia Syanne Neno, repórter e apresentadora do programa Camisa 13 de Belém, que me ajudou no contato com Alan, e como de praxe, ao meu pai, pelas fotos e pelo acesso aos judocas.

10 de set. de 2012

Pequena pausa

Informo a vocês, leitores, o motivo da minha pausa desde o término das Olimpíadas:

1.Entre o fim das Olimpíadas e o começo das Paralimpíadas se deu um certo tempo.Neste período não tive motivação para voltar a escrever sobre futebol... ainda estava no clima dos Jogos Olímpicos e é difícil uma mudança de uma causa tão nobre para, por exemplo, uma 12º rodada do Brasileirão - sem desmerecer o nosso querido campeonato.

2.Portanto, com o início das Paralímpiadas, deveria ter voltado a escrever, né?!Certo e errado. Certo porque assisti, sim, tudo o que me foi possível; me emocionei, vibrei, torci, assim como nas Olimpíadas, porém nesse tempo estava e ainda estou preparando uma super reportagem, que conta com fatos, fotos e entrevistas exclusivas com medalhistas olímpicos e paralímpicos.Ja já a novidade chega aqui...

Esses foram os dois principais motivos, sem contar ainda a falta de tempo... mas prometo que essa espera vai valer a pena, tendo em vista que uma reportagem elaboradíssima está por vir.

Abraços, Gustavo - do Redonda.

14 de ago. de 2012

Em um piscar de olhos



Foram 2 semanas muito intensas.Tentando acompanhar desde badminton até atletismo, tirando uma lasquinha de cada esporte.

Olimpíada é uma algo pra se sentar e apreciar.As emoções vividas pelos atletas, treinadores e torcida é pra deixar qualquer um, mesmo o que não goste de esporte, arrepiado.

Entre esses 4 anos que cercam os Jogos Olímpicos, o Brasil respira apenas futebol.É a cultura do Brasil, o povo do futebol e do samba.A chegada das Olimpíadas muda um pouco o cenário.

Eu, por exemplo, não comentei quase nada de futebol durante as Olimpíadas, priorizando outros esportes, os verdadeiros focos dos Jogos.

Ver atletas como Usain Bolt e Michael Phelps, mesmo que não ao vivo, é um privilégio que qualquer um gostaria de ter.

Mas infelizmente as Olimpíadas são apenas de 4 em 4 anos.Talvez seja bom, porque deixa você em uma angústia para começar e faz com que eles sejam momentos únicos em sua vida.

Fato é que você espera muito por isso, e quando você se dá conta...já acabou!

Foi assim esse ano.Não é a toa que dizem que coisas boas passam rápido.E como passam.Há 2 semanas e 2 dias estava sendo executada a Cerimônia de Abertura.Parece que foi ontem.

E a prova mais nobre do atletismo,quando dura?9 segundos e 62 centésimos.Da natação?47s52.

Como já dito, momentos como esse são únicos e há que se aproveitar ao máximo.Você se concentra nessas  duas semanas para o esporte, porque além de tudo, ele é VIDA.

E como parte de qualquer vida, é preciso se aproveitar cada momento que ele nos proporciona.

Assim como Londres 2012 passou voando, espero que Rio 2016 chegue da mesma forma.

A contagem regressiva já começou...

Faltam 1451 dias!



12 de ago. de 2012

Dinastias separadas por 50 anos
















Everton Lopes e Rosely Feitosa chegaram à Londres com pompa de campeões mundiais.Eram, com certeza absoluta, favoritos ao ouro.

Foram eliminados, enquanto Adriana Araújo e os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão iam avançando.Devagarzinho, e quando se deram conta, já estavam nas quartas de finais.

Faltava portanto uma vitória para cada lutador garantir a sua medalha.A última havia sido conquistada por Servílio de Oliveira, há exatos 44 anos, no México.

Esquiva e Adriana passaram com alguma facilidade e aí veio um dos mais emocionantes momentos das Olimpíadas: Yamaguchi bateu o cubano atual campeão mundial Julio Peraza.Comemorou como se tivesse ganhado ouro - e a vitória valeu essa comemoração.Ele já havia perdido para o cubano e lutou como nunca.


Veio a semi-final.Adriana foi derrotada, mas quem ligou?Após longos anos de espera veio a medalha de um pugilista, e era mulher!Quebrando barreiras, se tornou a primeira brasileira da história a conseguir o feito inédito.

Esquiva e Yamaguchi lutaram no mesmo dia valendo vaga na final.O primeiro dominou completamente a luta e fez história ao se classificar para uma final do boxe.O irmão mais velho, porém, foi derrotado, e garantiu mais uma medalha de bronze para o Brasil.

O finalista se encontrou novamente com Ryoto Murata, algoz do último mundial, quando conquistou o terceiro lugar.Fez uma luta muito parelha, e por uma punição extremamente duvidosa e polêmica acabou derrotado.



Nada que desmerecesse o tal feito dos irmãos.Ambos medalhistas olímpicos, ambos lutando como nunca e recolocando o boxe no seu devido lugar, que antigamente era um dos,se não o, principal esporte do Brasil.

Durante a década de 50 e 60 a família Jofre-Zumbano deu mostras de técnica e perseverança.Eder Jofre foi o primeiro brasileiro campeão mundial, guiado totalmente pela família de sua mãe,Angelina Zumbano.

A união dessas duas famílias deu origem à maior dinastia do esporte brasileiro.Éder possuía 7 tios; desses, 6 eram pugilistas:Higino, Erasmo, Tonico, Ricardo, Ralph e por fim Waldemar Zumbano.

Waldemar, conhecido como "Neno" e "Nê" por familiares era o meu bisavô e fora outros digníssimos feitos, foi o treinador da seleção brasileira nos Jogos de 1960 e 1964.Não conquistou medalha mas marcou história no boxe brasileiro.
Éder Jofre na sala Waldemar Zumbano


Desde pequeno me ensinava alguns golpes; queria que a tradição continuasse.Morreu em 2004 mas deixou um legado para o pugilismo.Legado que seria resgatado apenas cerca de alguns anos depois, quando enfim vieram as medalhas olímpicas.

O boxe perdeu espaço para o MMA, mas a beleza de sua história fica intacta, assim como o feito de Servílio, de Adriana e dos irmãos Falcão.

O pugilismo volta enfim a ter seu nome na mídia e quem sabe pode reconquistar espaço entre os brasileiros- mesmo com Esquiva e Yamaguchi querendo migrar para o Mixed Martial Arts, sonho antigo de seu pai,pugilista e também praticantes de artes marciais, Touro Moreno.

Os inéditos 3 pódios em Londres reinventam o esporte no Brasil.Agora é função da Confederação Brasileira de Boxe se aproveitar da situação, investindo no esporte para como consequência lançar mais revelações em busca de um espaço definitivo, que antigamente já era conduzido pela família Jofre-Zumbano.

Touro Moreno veio de uma família humilde mas jamais deixou de acreditar no boxe, tal como a geração de 1950 fez.As conquistas das famílias são reflexos do trabalho duro - não que os demais não tenham se esforçado - vindo de cada dinastia.

Segundo o pai, ainda há um que pode despontar, que foi campeão brasileiro recentemente.Trata-se do irmão de 16 anos de Esquiva e Yamaguchi.

O mérito dos dois irmãos foi totalmente reconhecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro e Esquiva Falcão será o porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Encerramento.

Nê, lá em cima, deve estar orgulhoso de seus feitos e agora, da família Falcão.Duas gerações separadas por algumas décadas - mas que vieram predestinadas à glória.


(como de costume, fotos exclusivas para o Redonda)

11 de ago. de 2012

Exemplo de superação















Sem comparações com o futebol...

As meninas do vôlei deram um show de vontade e determinação em toda a competição.Saíram completamente do fundo do poço, por muito pouco não foram eliminadas porém garantiram o ouro para o Brasil.

Se foi feita muita especulação em torno do futebol, que não é,nunca foi e nunca será o foco das Olímpiadas, o vôlei feminino foi de certa forma sendo abandonado antes e durante a competição.Não vinha como favorita e por muito pouco não foi eliminado durante a primeira fase.

Porém deram a volta por cima.Se re-estabeleceram emocionalmente e como consequência a técnica de Sheilla,Fabiana,Jaqueline,Dani Lins,Thaisa, entre outras, voltou a prevalecer.

Nas quartas de finais fez uma partida memorável, e em um dos maiores jogos da história do vôlei venceu a Rússia, após salvar 6 match points.

Na final mais uma superação: levou um sacode no primeiro set, 25 a 11, porém se recuperou novamente e saiu vitorioso.

Zé Roberto Guimarães consegue portanto sua terceira medalha de ouro em Olimpíadas; a primeira em 1992 e as outras em 2008 e 2012,conquistando o bi-campeonato.Quando saíram de São Paulo rumo a Londres ninguém esperava o ouro.Agora é aplaudir essas meninas...

Um pouco mais cedo o Brasil perdeu para o México e saiu derrotado na final do futebol masculino.Novamente bateu na trave e não conseguiu a sonhada medalha dourada.

Com muito marketing para pouca bola, eles esqueceram o que representa uma união entre o grupo, que foi marca do vôlei após as derrotas que quase culminaram num precoce adeus.

Nervoso, perdeu para si mesmo.Foi uma antítese da relação de amor com o país e com o vôlei por parte das mulheres.

O título das meninas foi 100% merecido.Não havia um final melhor para essa jornada durante os Jogos .Me arrepiei com a vibração durante a partida e a fala de cada jogadora após o título.

Ah, e avisem pros milionários do futebol que final se joga como as meninas do vôlei.

10 de ago. de 2012

Lenda do atletismo

Foi destaque do dia de ontem, destaque do atletismo em Londres e como se não bastasse, foi das Olimpíadas inteiras, contando todos os atletas de todas as delegações.

E se tornou uma lenda: manteu o bi-campeonato nos 100m e 200m, as duas provas mais nobres do atletismo.Nem Yohan Blake, nova revelação do atletismo jamaicano, conseguiu impedir Usain Bolt de ganhar sua 5ª medalha de ouro em Jogos Olímpicos.

A soberania de Bolt é mostrada em números; fora o tempo final, de 9s63, o jamaicano correu, como velocidade máxima, cerca de 43 km/h e deu 41 passos.Blake, 46.

Usain é extremamente alto para provas de corrida e compensa a sua péssima largada com um meio e final de prova sensacional.Possui 1,95 de altura e 10 centímetros a mais de passada que seus adversários.

Estudos ainda apontam que sua marca, se não for batida por si próprio, só seria alcançada em 2030.

Bolt superou até mesmo o eterno e lendário Carl Lewis, que havia conquistado o ouro dos 100m e 200m em 1884, Los Angeles, porém não conseguiu manter o ouro nos 200m em 1998, em Seul; nos 100m ele se sagrou novamente campeão da prova.

Em Kingston a festa foi total pela participação dos jamaicanos nos 200m.O pódio ainda foi completado pela revelação já citada Yohan Blake e por Warren Weir, todos nascidos na Jamaica.

Assim como sua velocidade em provas, Usain se tornou uma lenda rapidamente, precisando de apenas 5 provas olímpicas.Com muito bom-humor antes e depois das provas, cativou um espaço no coração de todos os londrinos presentes no Estadio Olímpico, tendo o nome gritado por toda a plateia.


Se em Pequim o principal atleta foi Michael Phelps, em 2012 Usain Bolt precisou de apenas 28 segundos de provas(sem contar os 4x100) para se tornar uma lenda do atletismo e de Olímpiadas.Marcou o nome na história e se os estudos se confirmarem, ficará por um bom tempo por lá...



(novamente fotos totalmente exclusivas para o Redonda)

8 de ago. de 2012

Caíram com honra
















Ambos em quartas de finais,ambos jogando bem...porém ambos eliminados.

O Brasil caiu duas vezes em dois dias seguidos; no handebol feminino e no basquete masculino, em situações quase idênticas.

Pelo lado das mulheres, foram derrotadas pela Dinamarca em jogo disputado e emocionante até o fim.Abriram 4 gols de diferença mas por alguns erros,algumas bolas perdidas e uma dose de desconcentração, foram eliminadas.

Precocemente,pelo que haviam jogando e pela motivação que as meninas estavam.Quinto lugar no Mundial do ano passado, elas vieram determinadas em busca de uma medalha, mas saíram de mãos abanando.Nada que desmereça o feito inédito; quartas de finais em Olimpíadas e em um Mundial,disputado em São Paulo.

jogadoras do handebol do Brasil após derrota (Foto: AFP)

Pelo lado dos homens a situação foi um pouco mais decepcionante, tendo em vista que os jogadores vieram cercadíssimos de expectativa.Possuem um técnico de primeira linha, 4 jogadores da NBA, um dos melhores armadores do mundo e um plantel de reservas muito equilibrado.

Fez uma fase de grupos excelente, com 4 vitórias e uma derrota, em uma cesta espírita no final da partida, se classificando portanto em segundo lugar.

Se deu mal no sorteio e por azar teve que enfrentar a Argentina, eterno algoz do basquete nacional.

Foi bem na partida,se igualando em quase todos os números, exceto nos lances livres.Foram 12 erros, o que seria suficiente para vencer a partida.

O basquete brasileiro ressurgiu das cinzas, deu tudo o que tinha na quadra, e como sempre raça e vontade não faltaram.Após 16 anos o basquete voltou a ser motivo de orgulho no país do futebol.

Volto, portanto com o tema de todos os posts.Não é motivo para abaixar a cabeça, afinal eles e as meninas do handebol estão entre as 8 melhores equipes do mundo.

E volto a mais uma coincidência: os dois foram finalmente reconhecidos pela torcida brasileira, que compreendeu o esforço e a dedicação de cada atleta.

Quem sabe não é experiência para a medalha vir em 2016...

6 de ago. de 2012

Ginástica enfim brilha



Em Atenas 2004, Daiane dos Santos era a maior esperança de ouro da delegação; a esperança não era à toa, tendo em vista que no ano anterior ela havia sido campeã mundial, em Anaheim, Estados Unidos.

Caiu em seu solo e acabou com a quinta colocação geral, para desapontamento próprio e nacional.

Quatro anos depois ela voltara a uma Olimpíada,em Pequim, dessa vez sem o mesmo favoritismo,que estava pelo lado de Diego Hypólito, campeão mundial um ano antes.Repetiu a brasileira e caiu em seu solo, em uma das maiores decepções da história do Brasil em Olimpíadas.

Neste ano a esperança estava depositada em Jade Barbosa, que coleciona medalhas em várias Copas do Mundo e Mundiais.Não participou dos Jogos,no entanto, por discordar dos termos de uso de uniformes e as marcas dos patrocinadores da seleção do Brasil.Diego e Daiane voltaram a cometer erros esse ano e foram eliminados precocemente.

Nos últimos 10 anos todas as fichas foram jogadas nesses 3 ginastas.E foi no ano passado que Arthur Zanetti despontou como uma revelação:conquistou a medalha de prata no Mundial de Tóquio.

Visto este ano com um olhar diferente por sua medalha prateada,Arthur se preparou bem, tanto tecnicamente quanto psicologicamente para estrear em Olimpíadas.Com uma apresentação impecável, Zanetti conquistou a medalha de OURO para o Brasil,com a nota de 15.900,desbancando também o chinês Chen Yibing,tetracampeão mundial e vencedor em 2008, que anotou 15.800.Diferença mínima,porém suficiente para garantir a dourada.



Passados 8 anos do primeiro fracasso,a ginástica brasileira pôde enfim ouvir o hino nacional executado durante a premiação.

Voltando ao tema do outro post,Arthur a partir daqui passará pela mesma pressão que os 3 foram alvo durante esses últimos anos.Mas isso é papo pra depois, porque agora é comemorar: Arthur Zanetti é medalhista de ouro nas argolas,para orgulho de sua família...

















...e do Brasil inteiro!


(todas as fotos totalmente exclusivas para o Redonda,inclusive a da medalha olímpica)

5 de ago. de 2012

Um espelho para 2016

Em apenas um dia um total de 6 medalhas de ouro foram conquistadas pela Grã-Bretanha.

Dessas 6,metade delas em provas de atletismo.

Fruto de uma boa preparação pré-Olimpíadas,Greg Rutherford,que bateu Marcus Vinicius da Silva,o "Duda", Mohamed Farah e Jessica Eniss foram campeões nas provas de salto em distância,10.000m e heptatlo,respectivamente.

Eis então a pergunta:o fato da Olimpíada ser em Londres influencia o resultado dos atletas?Respondo com absoluta certeza que sim.Eles tinham uma pressão maior e com base nisso se prepararam mais para fazer história; o feito de 6 medalhas douradas por atletas britânicos em apenas um dia não acontecia desde 1909.Contavam a cada prova,ainda,com apoio da torcida,que impulsionava seus atletas a vitória.

Se comparado a Pequim 2008 a Grã-Bretanha tem uma melhora impressionante.Com apenas metade dos Jogos completados,o país já acumula 11 medalhas de ouro,contra 19 no total em Pequim.

É impossível,portanto,não parar para refletir no que será 2016,quando os Jogos chegarão ao Rio de Janeiro.O número de medalhas certamente subirá e se levarmos em conta as revelações que neste ano não ganharam medalha por falta de experiência ou por um trabalho psicológico mais efetivo podemos até dobrar a quantidade;desde os meninos do judô,como Rafaela Silva,Mayra Aguiar,Sarah Menezes e Felipe Kitadai(os últimos 3 medalhistas esse ano mas que podem manter ou subir de degrau no pódio) até Sergio Sasaki,Arthur Zanetti(que ainda disputa a final) e Jade Barbosa,todos da ginástica.Ainda podemos acrescentar "Duda",promessa do salto em distância,as novas gerações de esportes coletivos e a natação,com Bruno Fratus e Thiago Pereira, que apesar de experiente conta com fôlego para mais uma Olimpíada.

Sem esquecer também que o Brasil vai ser país-sede e vai ter garantido algumas classificações...quem sabe não brota um novo super talento que vai despontar como medalhista de ouro?

E os medalhões então?Cesar Cielo pode ainda disputar os jogos de 2016,assim como Fabiana Murer,Diego Hipólito(?!) e quem sabe até Maurren Maggi.

Técnica o Brasil tem de sobra,porém ainda peca no fator psicológico.Apesar de ter o impulso de se disputar uma Olimpíada em casa,há a pressão maior justamente por esse fato - o de se disputar no próprio país.

Quanto à organização,os jogos do 2016 são uma incógnita.Ainda não ouvimos falar de nenhuma obra sendo sequer iniciada,tendo em vista que 2 anos antes uma Copa do Mundo vai ocorrer,com a final no Rio de Janeiro.

Acabo me prolongando um pouco no assunto Rio,que ainda tem muito a ser debatido.Penso em coisas extremamente positivas em termo de medalhas,mas ao contrário em termos de organização.


Volto ao tempo presente.A torcida inglesa entrou em delírio hoje ao ver a queridinha do país Jessica Eniss conquistar a sonhada e merecida medalha.Um pouco depois era confirmada a vitória de Greg Rutherford no salto em distância e dali alguns minutos o naturalizado inglês Mohamed Farah cruzava a linha de chegada com domínio sob seus adversários,para fechar o segundo dia de atletismo,abrindo de vez o cadeado.



A senha é uma fórmula simples: 3(atletismo) + 2(remo) + 1 (ciclismo).Aberto o cadeado a Grã-Bretanha continua em busca de mais medalhas,para,quem sabe, abrir e expandir esta senha antiga que contava há 4 anos com 19 dígitos.

O desempenho da Grã-Bretanha então serve de exemplo,mas também de atenção,ao que o Brasil pode vir a fazer em 2016.

4 de ago. de 2012

Comemora,Brasil!



O texto para a vitória já estava preparado, com requintes de emoção e felicidade extrema pelo suposto bi-campeonato de Cesar Cielo.Como se não bastasse,previ ainda uma prata para Bruno Fratus.

Infelizmente existem dias em que as coisas não dão certo; de vez em quando você se depara com um dia perfeito de seu adversário,ás vezes em decorrência de problemas pessoais ou simplesmente por uma fração de segundo,uma estratégia traçada errada na hora H.

O nadador brasileiro era,sim,a maior esperança de medalha dourada para o Brasil nestas Olimpíadas.E é lógico que os torcedores e a imprensa iam apontar um fracasso por parte do nadador com o resultado de hoje,enquanto seria reverenciado em caso de vitória.Vinte e um centésimos separaram Cielo da glória para o apontado fracasso.

Mas o criticá-lo é um pecado:Cesar Cielo é o recordista mundial e olímpico da prova e é considerado,no atual momento,o terceiro nadador mais rapido do Universo.Sim,de 7 bilhões de pessoas, ele é o TERCEIRO.

Levando em conta o que ele poderia fazer,é decepcionante?Claro,eu tenho certeza que 10 em cada 10 brasileiros esperavam ansiosos por esse momento e imaginavam uma vitória,que acabou não ocorrendo.Mas é extremamento injusto apontar um fracasso.

O próprio Cielo saiu frustadíssimo com seu resultado e,como vem sendo comum entre os brasileiros,saiu chorando da arena.Um choro legítimo,de tristeza profunda.

Espero,pois,mais choros de alegria durante essas Olimpíadas.

E não é porque exijo mais vitórias.Exijo mais reconhecimento próprio,afinal a participação olímpica já é um feito pra ser comemorado... e uma medalha olímpica em um país que não é uma potência,então?Ou é 8 ou 80?

Comemora Brasil,o recordista mundial da prova e medalhista olímpico nasceu em Santa Barbara do Oeste,aqui no interior de São Paulo!


(sim,o quarto melhor também é brasileiro!Bruno Fratus fez o melhor tempo de sua vida,mostrou grande desenvoltura nas piscinas e fora delas e ainda concedeu ao Redonda uma pequena entrevista,que será postada em breve)

#FORÇABRASIL

2 de ago. de 2012

A essência do judô que cativa um espaço mais do que merecido

494395 Mayra aguiar conquista o bronze no judô Medalhas do Brasil nas Olimpíadas de Londres 2012

Mayra Aguiar ajudou hoje o Brasil a expandir seu quadro de medalhas,com o bronze conquistado na categoria até 78 kg e se juntou a Felipe Kitadai com o terceiro lugar nos jogos de Londres; Sarah Menezes conquistou a medalha de ouro no último sábado.

Não só responsável por 3 das 4 medalhas até aqui do Brasil,o judô acumula 18 pódios,sendo então a modalidade mais premiada desde a primeira participação brasileira em 1920.

E como todo esporte,há fracassos.Leandro Guilheiro,esperança máxima de mais um ouro para o Brasil nesta Olimpíada, fracassou,assim como Rafaela Silva,Érika Miranda,Tiago Camilo entre outros...

Talvez falte um trabalho psicológico melhor para os atletas,que já vão para as Olimpíadas sobrecarregados de pressão e em caso de falha há,evidentemente, a cobrança.Caso de Rafaela Silva,vitima de racismo e xingamentos pesados no Twitter.

E pelo visto ela não é de levar desaforos pra casa:rebateu na mesma moeda, devolvendo a "gentileza" a desconhecidos da rede social.Não é,com certeza,a melhor forma de se resolver,mas eu entendo totalmente o lado da judoca.Com a cabeça quente da inesperada derrota ela encontrou lá o seu meio de desabafar.

Porque,injustamente,o judô ainda briga por espaço na mídia e agora,sem sombra de dúvidas,cativou um espaço dentro dos brasileiros.Como já citado rende o maior número de medalhas e é um esporte sensacional,que além de técnica e garra, exige uma gigante concentração do atleta.Fora do eixo,você jamais verá um lutador saindo com um bom resultado.



Assim como em todos os esportes,todos os atletas tem um lado melhor e outro nem tanto.Exemplo de Leandro Guilheiro,que tem como característica agarrar o quimono o tempo inteiro(preferência estudada e barrada pelos seus oponentes) e de Tiago Camilo que prefere um braço esticado para dominar a luta.

A arte marcial portanto ganha uma atenção maior- é claro que sempre teve,dependendo da pessoa,mas não tenha dúvida que o número de glórias conquistadas com esse esporte deu um espaço maior que já era muito mais do que merecido,levando em conta ainda que a delegação brasileira levou 14 judocas para a Inglaterra neste mês.

Amanhã tem mais:Rafael Silva e Maria Suellen lutam logo cedinho,iniciando as 5h30 e tem boas chances,principalmente o peso pesado.A vitória de Maria não seria uma grande surpresa,porém ela pega uma chave mais complicada.

Mas de certeza temos uma só:independente de medalha amanhã o judô vai continuar sendo o esporte com mais medalhas na história do Brasil e também muito provavelmente nesta edição de Londres.

#FORÇABRASIL


**informo que o blog no momento passa por uma reformulação na tentativa de se adequar ao clima olímpico,porque como já dito,a pira se acendeu apenas ontem por aqui...

1 de ago. de 2012

Londres 2012



Cinco dias passados de Olimpíadas.Três medalhas para o Brasil;uma de ouro,uma de prata e uma de bronze.

Parei pra pensar que Olimpíada é só de 4 em 4 anos...então se durante a Copa do Mundo de 2010 no mínimo um post por dia aqui era lançado,por que com os jogos de verão seria diferente?

Portanto,com um certo atraso começo a cobertura das Olimpíadas de 2012.Falarei pouco de futebol,o foco deste blog, e me dedicarei mais a outros esportes,afinal o centro das atenções desta vez não é o Neymar e sim Cesar Cielo,Michael Phelps,Usain Bolt,Maurren Maggi,Giba,Nenê,Lebron James,judocas e por aí vai...

O Redonda contará,além de posts diários(pelo menos na tentativa de), fotos e vídeos exclusivos,afinal meu pai,sir. Fabio Altman está presente na edição de Londres 2012.

Acendo então a pira olímpica no Redonda!

Que comecem os Jogos!

2 de jul. de 2012

Experiência única



Segunda,25 de junho de 2012, 7h00


O dia começava com uma mensagem minha para o meu pai,após o jogo contra o Palmeiras:"Romarinho gênio".

A busca pela viagem começara um pouco antes,mas o ponto inicial foi esse.


Segunda, 25 de junho de 2012, 14h00

-Alô,pai?!

-Fala,Gu

-Eai?Não querendo ser muito chato,mas...e a viagem?

-Gu,estou fazendo o meu máximo,passei o final de semana inteiro ligando pra CVC...mas não sei se vai rolar...Estamos concorrendo com 11 mil pessoas,para 600 vagas...

-Quanto por cento de chance?

-Infelizmente em torno de 10%

-Ok pai...

Mesma segunda,25 de junho, 16h30

-Gu,boas notícias!Nossas chances aumentaram!

-O que??Como pai?

-Liguei para outra moça,que disse que estamos nessa...

-Portanto quarta-feira estaremos lá?

-70% Gu.

Algumas horas depois,segunda,25 de junho 19h00, meu pai me liga extasiado

-Gu,conseguimos!!!Vai rolar!

Entro em estado de euforia total,saio correndo pela casa gritando,emocionado.O sonho de qualquer corintiano,uma final de Libertadores contra o Boca Juniors, La Bombonera, iria se tornar realidade.

Semanas antes a busca pela passagem e pelo ingresso já começara,quando meu pai trocou alguns emails com os amigos que iriam juntos...

Em momento de desespero total,quando ninguém conseguia obter êxito,proclamou-se um verdadeiro "CADA UM POR SI",antes da confirmação da tão sonhada viagem.

Passou terça-feira,dia corrido,escola para mim,trabalho para o meu pai e para a turma...

Tentando me explicar ao professor o motivo de ter que faltar em pleno dia letivo com prova, parei pra pensar na maior loucura de minha vida...bate-volta,quarta faria check-in e quinta feira já estaria de volta a São Paulo.Preço quase o dobro de uma semana em Buenos Aires e por ai vai...

No aeroporto diversos meios de comunicação presentes,fomos abordados pela Globo,Sportv,etc...até eu fui entrevistado -com o nome trocado.


Chegou o momento então de conhecer os nossos colegas de viagem,pois era uma troca de emails,não nos conhecíamos pessoalmente ainda...

Vimos 3 homens gritando euforicamente em direção as câmeras."Pai,são eles!".E eram.

No nosso grupo a ilustre presença de Dan Stulbach,ator renomado da Globo,que mesmo podendo contar com alguns privilégios encarou a fila e a espera como todos que tentaram.


No avião,festa total,a aeromoça não conseguia completar uma palavra sem que um "Vai,Corinthians" fosse soltado.Corintianos transformaram um avião da Gol num dia de metrô cheio,em horário de ápice

Então,como todo procedimento de bordo, começou a falar inglês..."Inglês?!Aqui é Corinthians!"



Chegamos a Buenos Aires - sem fuso - as 6 da matina.

Nos deparamos com uma greve de caminhoneiros em plena final de Libertadores da América,que parava toda Buenos Aires.Envolvendo isso,dois fatos curiosos:um grupo de corintianos achando algo que não era, se enfiou ali no meio e começou a cantar "Aqui tem um bando de louco",enquanto em outro ponto,um pouco mais distante,corintianos visivelmente alterados discutiam com caminhoneiros vestidos de verde.

Almoçamos então numa,diga-se de passagem, excelente churrascaria,onde confraternizamos com um grupo de torcedores do River Plate e seguimos,atrasados,para o hotel rumo a Bombonera.


Veio então o primeiro acidente do percurso.Nosso ônibus,devidamente equipado com um grande adesivo escrito CVC,como se quisesse mostrar "tenho ingresso,venham pegar de mim",parou em uma praça esperando o sinal positivo da polícia para seguir o trajeto.

Quando nos deparamos com membros de diversas torcidas organizadas que viajaram,porém sem ingresso.Ao invés de uma festa conjunta para mandar forças positivas para quem ia representar a nação lá,criou-se um stress,afinal os Gaviões,talvez até justamente, não queriam perder a viagem.Tentaram portanto,de uma maneira ou outra,"capturar" as entradas mais importantes dos 101 anos de história do Corinthians.


Passado o pequeno acidente de percurso,chegamos enfim a La Bombonera,todos emocionados.Cinco barreiras foram ultrapassadas até chegar às catracas.Então o mais emocionante.As milhares de escadarias sendo percorridas por outros milhares de corintianos até chegar ao ponto que todos batalharam para conseguir:o temido estádio do Boca Juniors.

E,de pouquinho em pouquinho,foram chegando mais corintianos,com certeza ultrapassando o limite que era de 2.500 torcedores.



Nas restantes arquibancadas da Bombonera,o estádio ia se enchendo cada vez mais,até que faltando uns 15 minutos para o início do jogo,a arena (podemos chamar assim?É um estádio sujo,fedido,sem limpeza e não tão bonito quando está sem os torcedores) estava completamente lotada.

Então a emoção tomou conta de mim;deslumbrado com a situação,observava cada detalhe do que estava por vir.

O Corinthians enfim entrou em campo e a Fiel tentou "chamar" cada nome dos jogadores,como de costume nessa Libertadores,porém mal foi ouvida.

Início de jogo,time extremamente bem,seguro,provocador(Sheik que o diga).Primeiro tempo perfeito.

Intervalo,15 minutos de descanso e o Boca Juniors entrou mais ligado,com os xeneizes apoiando,como de praxe.

O gol então veio,aos 27 minutos.O estádio enlouqueceu.O tempo ia passando e nós,corintianos,íamos nos conformando com o resultado,porque no Pacaembu a história seria outra.

Então veio a campo Romarinho...meu pai,profeta, nos disse que ele estava iluminado e que ia fazer o gol da vitória.

Aconteceu.Golaço.Tranquilidade.Explosão da Fiel, e aí chegou o melhor momento da viagem:La Bombonera quieta,ouvindo-se enfim o Bando de Loucos.



E viagem terminou como se iniciou;mensagem do meu pai para minha madrasta,sua mulher:"Romarinho gênio".