Foi muito bom enquanto durou.
E, graças a você, Neymar, muita coisa mudou: os dribles tomaram conta do Brasil, como no passado, quando tínhamos Garrincha; a alegria em um time de futebol foi resgatada, como Ronaldinho fizera mais cedo; voltamos, depois de tantas tentativas frustradas, a assistir um grande craque, tal qual foi Pelé, jogando em nosso país.
E mais do que isso, você foi o responsável por muita diversão e muitos sorrisos no rosto de qualquer amante do futebol. No entanto, você foi, ao mesmo tempo, o cara que causou ódio e inveja em tantos outros.
Mas essa inveja não foi por pouca coisa, não. Ela foi gerada porque queriam te ver no seu clube. Como sofriam em suas mãos, tentavam diminuir suas qualidades, raras e invejáveis.
Criticaram, colocaram defeitos - que de fato existiam -, mas, no fundo, só queriam ter você ao lado.
Hoje você saiu. E amanhã, todas essas críticas irão embora. Você será, enfim, reverenciado e aplaudido como sempre mereceu. Dessa vez, não só pela torcida do Santos, mas por todo o Brasil.
Hoje, Neymar, você partirá imaturo. Mas voltará com outra cabeça.
Sairá feliz. Retornará extasiado, cheio de histórias pra contar.
Fará falta. Mas ficaremos feliz por, enfim, poder torcer, declaradamente, pelo seu futebol.
E se por acaso você parar pra pensar nisso, lembre-se: sua decisão foi acertada.
Vá, Neymar! Mas, por favor, volte, como você mesmo escreveu emocionado no espelho do vestiário na Vila Belmiro. Volte, e, dessa vez, melhor do mundo. Lembrando o que escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade, craque das palavras, "vai, Neymar, ser gauche na vida".
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