"NENHUM PASSO PARA TRÁS!"

Os protestos vêm tomando conta do Brasil. Confira minha opinião.

A FALTA DA VOZ

A torcida do São Paulo, em meio ao ruim desempenho da equipe, pede a volta de Muriciy.

A SELEÇÃO QUE PRECISAMOS

Saiba a minha opinião a respeito dos 11 titulares da Seleção Brasileira.

ESTRELA DE CAMPEÃO

A defesa de Victor foi a maior prova de que o Atlético está no caminho certo para o título.

A POESIA DE NEYMAR

Neymar se despediu ontem do Santos para assinar contrato com o Barcelona.

29 de abr. de 2013

O segredo do sucesso



Muitos dizem não entender a real fórmula do atual sucesso do Corinthians. Pois deveria ser de conhecimento geral que ele nasceu do sucesso de dois personagens: a Diretoria de Marketing e o Ronaldo Fenômeno.

Embora muitos achem que não, o próprio fato de ter caído para a segunda divisão já impulsionou a equipe. A partir dali, mantras como "Nunca vou te abandonar", a camisa roxa, dentre outras ações, foram determinantes para o sucesso da equipe.

Alguns anos depois da queda e da aplicação dos itens citados acima, Ronaldo chegou ao Corinthians. Consideraram apenas uma ação de marketing - e de fato a ideia foi essa - mas ele mostrou ser mais do que isso.

No entanto, a equipe cresceu muito em termos de visibilidade e mais jogadores passaram a querer vestir a camisa do Timão. A partir daí, o restante do percurso já virou história: o Corinthians se tornou campeão mundial.

Onde quero chegar com tudo isso? Simples.

O marketing é, hoje em dia, fundamental para o sucesso de qualquer equipe. Vide o exemplo do Santos: não tenho dúvida de que, quando chegar o momento do Neymar deixar o Brasil, a equipe alvinegra certamente sofrerá um bocado.

O contexto em que digo tudo isso toma forma na equipe do São Paulo. Ontem o time tricolor deu um gigante tiro no pé ao colocar em seus jogadores uma camisa inteira vermelha, quase rosa.


A fama da equipe - muitas vezes ou quase sempre de mau gosto e preconceituosa - é sabida por todos, então por que incentivar essa piada? Melhor: pra quê?

O tri-campeão mundial já foi ultrapassado pelo Corinthians nos ganhos financeiros faz anos, e se nada mudar, sofrerá com isso por bastante tempo. 

O momento de explorar a imagem do Lucas, por exemplo, já passou. Se a equipe voltar a ganhar títulos nesse ano, a fraca diretoria comandada por Juvenal Juvêncio tem que tirar proveito da situação - algo que não vimos nas últimas conquistas. 

É o caso, ao menos fora de campo, de beber um pouco da experiência corintiana.

25 de abr. de 2013

A força da torcida brasileira - só que ao contrário


Ontem, na partida do Brasil, chegamos a uma situação no mínimo muito incômoda: Neymar, nossa maior esperança pra Copa, foi xingado, ao mesmo tempo que os jogadores sofreram com o "olé" que partiu da própria torcida brasileira.

Você, torcedor canarinho, com certeza deve estar insatisfeito com a equipe - que de fato não rende o esperado -, mas pense comigo: será que não é a hora de apoiar? Faltando cerca de 2 meses para a Copa das Confederações e com um time ainda não formado, não seria melhor mostrarmos que estamos juntos para batalhar por essa primeira conquista, atalho para 2014?

O que se viu ontem foi muito inapropriado. Não é de hoje que a seleção brasileira convive com pressão da torcida nos jogos realizados no Brasil e talvez por causa disso não consiga resultados.

As reclamações são, sim, válidas - afinal eles são, supostamente, os melhores do país pentacampeão - mas é necessário que se tenha um limite. Para qualquer jogador, ouvir as vaias de ontem deve ter sido um momento muito infeliz.

Os críticos argumentam que talvez possa sentir de incentivo para a seleção jogar mais. Penso eu: não é melhor incentivar com gritos a favor de nosso país? Cobrem raça, dedicação - nós temos esse direito -, mas reverenciar o adversário é o cúmulo do cúmulo.

Estamos em uma situação tão delicada que é cabível dizer que jogaremos quase como visitantes nas Copa das Confederações e do Mundo.

O primeiro pensamento de qualquer um no momento que ouviu que o Brasil sediaria essa competição foi um só: "teremos uma grande festa!" - fora, claro, as gigantescas contestações de nossa população muito patriota (só que ao contrário).

Hoje em dia é quase um martírio representar a Seleção Nacional; se xingam até Neymar, o que dirão de personagens como Marcos Rocha, Leandro, dentre outros?

Meu recado é claro: se você vai ao estádio, apoie. Se não, você tem todo o direito de criticar - mas em casa, nas redes sociais.

Vamos aproveitar esse privilégio que teremos ao sediar uma Copa do Mundo! Estamos no caminho contrário. Sem a torcida, a chance de fracassar cresce muito.

Incentive, torcedor! Seu apoio é FUNDAMENTAL. Mais até do que nosso jogador de moicano, VOCÊ pode fazer a diferença!

Por fim, que tenhamos mais momentos como esse de Belém (que foi injustamente sacado da Copa) nas partidas do Brasil:

24 de abr. de 2013

Nova era


Fiquei pensando por um tempo em alguma justificativa para vir aqui e explicar o motivo dessas históricas goleadas sofridas pelo Barça e pelo Real.

Supus uma possível falta de adversários fortes para que as equipes fossem testadas, possíveis problemas de elenco, a má fase de determinados atletas, o fato de terem jogado fora de casa, erros de arbitragem, dentre outros fatores. Tudo em vão.

O fato é que as equipes alemãs - sobretudo essas duas semi-finalistas - ultrapassaram as espanholas.

Barcelona e Real Madrid possuem, certamente, muito mais dinheiro e infra-estrutura do que Bayern e Borussia. Aí entra o ponto que citei em um de meus textos de umas semanas atrás: isso não é tudo.

É certo que as equipes alemãs possuem muito mais dinheiro do que muitas de suas rivais, mas não é por isso que estão brilhando. Ambas são MUITO organizadas, possuem um bom treinador, estudioso, e, aparentemente, não apresentam problemas com as estrelas.

O Real muito possivelmente deve ter briga de egos. Afinal, não é em qualquer elenco que se tem Kaká no banco de reservas, por exemplo.

Lewandovski, o autor dos 4 gols alemães na partida de hoje, vale cerca de 6 milhões de euros. Para situar vocês, o Wesley, que agora está no Palmeiras, vale 8 milhões. Em suma: será que dinheiro é tudo isso? Resolve absolutamente tudo? Não - nem no mundo fora do futebol.

Muito possivelmente Wembley receberá, em maio, duas equipes alemãs para disputar a final. Não veremos, portanto, o tão sonhado clássico espanhol na finalíssima.

A Champions League, as TVs, todos perderão dinheiro com isso. No entanto, terão de se adaptar a esse novo cenário. Outras equipes que não Barcelona estão crescendo e isso não é de hoje. Os merengues e os catalães não são mais as equipes a serem batidas. Por ora, o melhor futebol do mundo é o alemão.

Mesmo que uma das equipes virem o placar - o que é bem difícil -, é fato que estamos no início de uma nova era - e que, a princípio, promete dominar a Europa por um bom tempo...

22 de abr. de 2013

Muita água passou debaixo da ponte


Aquela sensação de que você já viu isso antes...

E, na realidade, viu mesmo!

Mal sabia você, corinthiano, que dali a exato um ano o Timão estaria jogando contra essa mesma equipe, a Ponte Preta - mas agora, campeã mundial.

Quem imaginava? Quando o Julio Cesar levou aquele frangaço, alguém imaginou o que estaria acontecendo um ano depois?

Agora, se reencontraram. Muita coisa mudou.

Na verdade, pouca: a fórmula é a mesma, o treinador é o mesmo, a diretoria é a mesma. Mas agora essa equipe é dona do mundo. 

Já faz tempo, eu sei. Mas pra quem é supersticioso, existe sinal melhor do que rever essa equipe, mesmo que com derrota?

Você, corinthiano, consegue pensar em outra coisa?

Duvido.

18 de abr. de 2013

O mata-mata é outro campeonato


Foi bacana, foi importante, foi animador. Parabenizo o São Paulo e acho que um time dessa grandeza tinha mesmo que se classificar - e mostrou isso na partida de ontem.

Penso ainda que o tricampeão da Libertadores eliminará o Atlético Mineiro nas oitavas e causará problemas para as equipes rivais durante a competição.

Mas são-paulino, que você me perdoe; embora tenha sido uma bonita partida e um dos jogos mais importantes dos últimos tempos devido as circunstâncias, foi APENAS uma classificação. Na realidade, não passava de uma obrigação.

O fato de ter se classificado em último das 16 equipes que passaram de fase é algo de se preocupar, e não comemorar. A maioria das equipes brasileiras havia se classificado algumas rodadas antes e a equipe tricolor passou apuros em um grupo, diga-se de passagem, muito fácil.

Agora é hora de sentar e analisar o que aconteceu de errado. Afinal não é normal uma equipe repleta de craques beirar a eliminação. 

Mas volto a dizer: o mata-mata é outro campeonato. Uma coisa é você sofrer perigo na fase de grupos; e outra, totalmente diferente, é disputar as oitavas, quartas, etc...

A partir daí enfim será a hora do São Paulo mostrar para que de fato veio. Como bem resume o ditado, "serão separados os homens dos meninos".

E ao falar dessa equipe na Libertadores, todos concordamos que ele apresenta um gigantesco perigo... se cuide, Atlético!

17 de abr. de 2013

A longa noite tricolor


São Paulo,

chegou o dia... e o recado é claro:

O que fará a diferença hoje é a vontade. A equipe tricolor pode, sim, ser inferior tecnicamente ao Atlético Mineiro. Mas quando a garra sobrenatural entra em campo, as "desigualdades" deixam de existir.

Torcedores,

orem, façam mandinga, acreditem na superstição e mais importante: não deixem de apoiar. Hoje talvez seja o jogo mais importante dos últimos tempos.

Jogadores,

incorporem o jeito Corinthians de não desistir; encarnem a tradição que o Palmeiras possui; tragam junto a si a ousadia do Santos.

Na realidade, é simples: sejam São Paulo. O resto é consequência.

14 de abr. de 2013

Sigam o exemplo do campeão mundial


Um elenco repleto de estrelas deve ter, sem dúvida alguma, problemas de relacionamento.

Na teoria, essa tese é dada como certa em quase todos os casos. No entanto, Tite faz com que ela não migre para a prática.

Chega a ser impressionante a forma que o treinador do Corinthians comanda seus atletas. Ao mesmo tempo que ele barra alguns medalhões, não deixa com que o clima se perca dentro dos vestiários.

Extremamente respeitado pelos seus jogadores, Tite sempre prega o merecimento. Quem estiver em melhor fase técnica, jogará. Não importa se você seria titular em qualquer equipe do mundo; se você não mostrar bom desempenho, não fará parte dos 11 do time alvinegro.

Parece simples, mas não é. O São Paulo, por exemplo, vive uma fase conturbada justamente por esse "estrelismo" apresentado pelos jogadores de Ney Franco.

Hoje, contra o Linense, o comandante do Corinthians deixou Alexandre Pato e Chicão no banco. O resultado foi a derrota, quem sabe em decorrência da falta do camisa 7, mas ninguém ousou contestar. O respeito é mútuo e a confiança em seu trabalho é geral - tanto nas arquibancadas quanto dentro de campo.

No entanto o sucesso não é de hoje. O Corinthians colhe frutos com o Tite por méritos da diretoria. Em 2011 o Timão foi eliminado na Pré-Libertadores, mas quebrou paradigmas e o treinador foi mantido no comando.

Não tenho dúvida de que, em caso de eliminação são-paulina na quarta, Ney será demitido sem pensar duas vezes. Dessa maneira, fica complicado dar sequência ao trabalho. O novo treinador chegará, errará - assim como qualquer ser humano - e será novamente demitido. E assim sucessivamente.

Se as diretorias não se mexerem e mudarem seus ideais, as equipes não avançarão. E tem exemplo mais forte do que o atual campeão mundial?

11 de abr. de 2013

A arte de torcer


Torcida de verdade só quem frequenta estádio sabe como é.

Nem todo jogo ela lotará a arquibancada. No entanto, quando encher, apoiará.

Ela vai protestar quando for necessário, no caso de derrotas. Mas, no jogo seguinte, vai incentivar os 90 minutos, unidos à imensa vontade de seus jogadores dentro de campo.

A equipe pode estar em precárias condições, mas ela vai acreditar, até o final.

Ela ainda vai se iludir ao dizer que a equipe pode ser campeã; no fundo, ela sabe que as chances são mínimas. Mas esse é o papel de um torcedor de verdade.

Ele é aquele que vai ao estádio e se difere do que assiste no sofá. Ambos são torcedores legítimos, sem dúvida, mas a atmosfera é outra.

Ao redor do estádio, você sente o que está acontecendo. É a emoção que só o futebol proporciona e só o torcedor que está lá reconhece.

Quem é torcedor de frequentar os campos sabe do que se trata, é uma sensação indizível. Não preciso explicar com detalhes de quem (e do que) estou falando - eles têm plena noção.

A festa hoje foi sensacional, brilhante como uma esmeralda, feliz como toda liberdade - e para bons entendedores, meia palavra basta. Parabéns!

10 de abr. de 2013

A vitória do grande Casão



Sabe aquela festa na qual você tem certeza que terá acesso restrito a muitas coisas, enfrentará filas, tumulto e confusão - mas tem convicção que no final terá valido a pena?

Pois é... fui conferir o lançamento do livro do Casagrande ontem à noite, na Livraria Cultura da Avenida Paulista.

Como previ anteriormente, havia muita gente e muito tumulto. A fila para pegar o autógrafo era gigantesca e beirava o insuportável esperar ali por, no mínimo, 2 horas.

Passaram-se alguns minutos, descobri a parte dos jornalistas e lá me infiltrei. Sem ser percebido, fiquei ali no cantinho observando e fazendo minhas anotações. Enquanto isso, o ex-jogador assinava seguidos livros em um movimento quase que exaustivo.

Os famosos foram chegando e eu fui me aproximando. Galvão Bueno, Caio Ribeiro, Milton Leite, Leonardo Gaciba e os ex-jogadores Zé Maria, Wladimir e Ataliba foram algumas das estrelas que compareceram ao evento.



Mais para o final da noite de autógrafos, magnífica homenagem à coragem de um ídolo de se expor, sem medo do preconceito, consegui, de quebra, entrevistar um ex-juiz da Fifa e divulguei meu blog para alguns jornalistas como José Trajano (quem sabe ele não está lendo esse texto...).

Ali no meio da confusão, presenciei várias entrevistas - nas quais Casagrande era comparado com Sheik, Pato, etc... Com o detalhe, não custa lembrar, que nenhum deles teve trajetória corajosa como a do Casão, que jogou muita bola, criou a Democracia Corintiana junto com o Sócrates e, recentemente, se afundou nas drogas para renascer numa clínica com o apoio de amigos e da família, caminho que ele agora contou no livro.

Esperei até o final para tentar conversar com a estrela da noite, mas foi impossível. Mesmo assim, só o fato de estar ali presente foi algo muito bacana. De algum modo prestei minha homenagem ao antigo camisa 9 do Corinthians e da seleção, assim como os mais de 2 mil presentes.

Eu e o Guilherme Simões, amigo e companheiro, saímos recompensados da Livraria Cultura. Foi como se aprendêssemos alguma coisa com a bela história de Casagrande.

8 de abr. de 2013

100% de chances de você ler esse texto


No Brasileirão de 2009, o Fluminense, lá pela 30° rodada, estava com 99% de chances de ser rebaixado para a segunda divisão. A probabilidade foi estabelecida pelo matemático Tristão Garcia, famoso por estabelecer medidas muitas vezes precisas - mas que, evidentemente, convive também com os erros.

Vou usar e abusar do clichê, mas nesse texto ele vai se encaixar perfeitamente: "o futebol é uma caixinha de surpresas". Absolutamente tudo (claro, em suas devidas proporções futebolísticas) pode acontecer. Se entre seis chances de se concretizar existe apenas uma, convém imaginar que há alguma possibilidade de ela acontecer.

Naquele ano, o Fluminense contrariou expectativas, previsões, macumbas e tudo o que tinha direito e se manteve na elite do futebol brasileiro.

Quatro ano depois, o São Paulo enfrenta, na próxima quarta-feira, o Atlético Mineiro em busca da quebra de prognósticos que afirmam que a equipe tricolor já está eliminada. Segundo o mesmo matemático citado acima, dos três times que ainda disputavam a última vaga, a equipe paulista é a que possuí menor chance - assim como o Fluminense era a equipe menos cotada entre os quatro últimos para permanecer na Série A.

Ou seja, as tão faladas e estudadas previsões matemáticas no futebol não significam absolutamente nada. Representam, sim, o quanto a equipe tem de chance de passar de fase... mas volto a repetir: o futebol é uma caixinha de surpresas...

Eu, assim como o Tristão Garcia, acredito que o São Paulo possua de fato poucas chances de se classificar; mas não pelos números e, sim, pelo baixo rendimento apresentando durante a competição. Todos falaremos, discutiremos e apontaremos nossa tese que justificam o motivo dessa maior chance de eliminação.

No entanto, para os são-paulinos, pouco importa o que qualquer matemático diz a respeito. Se existe uma última esperança, ela será alimentada e acreditada, até o final. E aí entra tudo a favor - orações, superstições, até mesmo o futebol. 

Tudo com dois objetivos principais: ver sua equipe classificada e fazer com que os matemáticos deixem suas teorias fora do futebol - afinal, dentro de campo, o que importa é apenas jogar.

4 de abr. de 2013

Mau hábito hermano


O erro começa quando a polícia militar é colocada dentro de um estádio de futebol;

Se agrava quando os soldados entram em campo para defender o juiz de possíveis agressões;

E fica pior ainda quando policiais e jogadores saem na pancadaria.

A cena – comum, aparentemente, para equipes argentinas que participam da Libertadores - foi vista ontem, no jogo entre Atlético Mineiro e Arsenal de Sarandí.

Pudera, a equipe hermana se revoltou, primeiramente, com as goleadas sofridas nas duas partidas da fase de grupos - ambas por 5 a 2. Como bons - ou maus - perdedores, acusaram o juiz de ser o grande responsável pelas derrotas.

E deu no que deu. A polícia militar realmente pensou que os jogadores partiriam para a agressão... então o batalhão, naquele jeito amigável que qualquer torcedor que frequenta estádios conhece, revidou a provocação dos argentinos.

Apenas uma pergunta: o que faz um policial com uma arma dentro de campo? Para proteger árbitro, jogador, seja quem for, é necessário fuzil ou algo do gênero? Eles estão lá para zelarem pela ordem; a violência tem que ser o último recurso, e não o primeiro.

Mas não foi isso que se viu. A confusão se instalou. Socos, pontapés, arremessos de objetos... e foram parar na delegacia. Como manda a lei, qualquer agressão contra autoridades deve ser punida com prisão. Mas o que aconteceu? Nada.

A equipe argentina pagou uma pequena multa e ficou por isso mesmo. A essa altura, eles já devem estar de volta a sua cidade treinando para a próxima partida - muito provavelmente, mais uma derrota, diga-se de passagem.

Enquanto isso, arcamos com as consequências aqui no Brasil. Reclamam - talvez com razão - da polícia, das atitudes das autoridades locais, da organização da partida, etc.

E os hermanos? Nem aí. Afinal, para eles, brigas como essa são totalmente normais.

3 de abr. de 2013

O que Felipão quer?


O jogo é beneficente, é por uma boa causa e, na realidade, não vale nada. Mesmo assim, não entendi a convocação de Felipão para o jogo de sábado, contra a Bolívia, numa partida marcada para arrecadar dinheiro para a família do jovem Kevin, assassinado no estádio em Oruro.

Estamos em um momento pré-Copa das Confederações e Copa do Mundo e o nosso treinador chamou jogadores que, muito possivelmente, não estarão disputando o Mundial no ano que vem. São os casos de Matheus Vidotto, quarto goleiro do Corinthians; Leandro, do Palmeiras; Dória, do Botafogo, entre outros. E deixou Fred, o artilheiro da seleção em sua jornada desse ano, fora da lista.

Ao contratar Luiz Felipe Scolari, a missão dada foi bem clara: vencer a Copa do Mundo. Entendo que ele queira fazer seus testes para definir de fato quem serão os convocados para o Mundial, mas que convoque certo. Que teste jogadores que de fato terão alguma chance de fazer parte da lista do ano que vem - a não ser que ele realmente tenha em mente a convocação desses listados acima, o que seria, no mínimo, um absurdo.

No entanto, foi apenas um pequeno deslize e continuo confiando no trabalho de Felipão. Não é à toa que ele venceu a Copa de 2002, e tem tudo para triunfar em 2014. Na edição da Coreia e do Japão, a situação era um pouco parecida; equipe ainda se formulando, sem dar show, sem vencer times importantes, mas que, no ano seguinte, chegou a maior glória do futebol.

Troco todos esses equívocos e as derrotas em amistosos pelo título em 2014. Se existe alguém capaz de levar essa seleção ao título, esse cara é o Felipão. 

Mesmo com todos os erros que apareceram e ainda aparecerão, ele parece saber o que está fazendo. Disso, não tenho dúvida. 

Mas a convocação para o jogo de sábado deixou muitas dúvidas – e quase certamente não servirá para nada se pensarmos no futuro da seleção.